A
ginecomastia é caracterizada por um desenvolvimento excessivo das mamas do homem, causando impactos físicos e psicológicos apesar de ser um quadro benigno. A condição costuma ser mais comum durante a adolescência, porém, pode ser desenvolvida durante a fase adulta.O desenvolvimento das mamas é igual para meninos e meninas até a adolescência. Quando a puberdade inicia, ocorre um rompimento no equilíbrio hormonal dos homens devido à secreção dos hormônios masculinos. Essa mudança pode resultar no surgimento da
ginecomastia.É importante salientar que o crescimento excessivo da glândula mamária masculina é um desequilíbrio considerado normal no decorrer da adolescência. No entanto, é importante que ocorra a regressão do quadro dentro de 6 meses a 2 anos. Caso isso não aconteça, é fundamental obter a avaliação de um médico de confiança para investigar o caso e realizar o tratamento necessário. Confira a seguir mais detalhes sobre o aumento das glândulas mamárias masculinas com informações cedidas pelo
cirurgião plástico Dr. Alexandre Senra.
O que causa a Ginecomastia?
Além das causas glandulares e hormonais, existem outros fatores que podem levar à
ginecomastia. As principais causas do crescimento anormal das mamas masculinas são:
- Obesidade;
- Doenças hepáticas;
- Uso de anabolizantes;
- Uso de antidepressivos;
- Ingestão excessiva de álcool;
- Distúrbios da hipófise e da tireoide;
- Tumores suprarrenais ou de testículo, sendo causas mais raras;
- Uso excessivo de certos medicamentos (como os corticoides, por exemplo).
Os fatores que desencadeiam o aumento da glândula mamária nos homens também podem ter origem fisiológica, fazendo com que a condição apareça em qualquer fase da vida. Nos bebês, por exemplo, a ginecomastia acontece devido ao estímulo do hormônio feminino (estrogênio) durante a gestação e que ainda está no organismo. Geralmente, essa condição é transitória e desaparece entre 2 e 3 semanas.
Conforme foi dito anteriormente, o crescimento das glândulas mamárias masculinas é mais comum no decorrer da adolescência. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), até 60% dos meninos com idade entre 10 e 14 anos apresentam o quadro.
Já nos pacientes adultos, o aumento das mamas acontece por conta de hábitos nocivos à saúde — como o alcoolismo e a obesidade, por exemplo. Em pacientes idosos, a condição também pode surgir por conta da redução da produção dos hormônios masculinos.
Quais são os tipos de Ginecomastia?
A
ginecomastia é classificada em tipos e graus específicos conforme as particularidades de cada caso. Quanto aos tipos, a condição é dividida da seguinte maneira:
- Bilateral: quando afeta as duas mamas;
- Unilateral: quando acomete apenas uma mama.
Quanto aos graus, é possível dividir o crescimento da glândula mamária masculina da seguinte forma:
- Grau I: quando o aumento é pequeno e sem excesso de pele;
- Grau II: quando o aumento é moderado e com pele em excesso;
- Grau III: quando o crescimento é grande e com excesso de pele.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da
ginecomastia demanda a realização de um exame físico. Dessa forma, o médico poderá detectar a massa palpável característica dos casos envolvendo aumento das glândulas mamárias.
Outro aspecto importante para a investigação diagnóstica é o histórico médico do paciente. Portanto, o médico fará várias perguntas ao indivíduo para descobrir as causas e particularidades do caso. Alguns dos questionamentos que podem ser feitos são:
- Está utilizando ou já utilizou alguma medicação?
- Costuma consumir bebida alcoólica com frequência?
- Quando a mudança no tamanho das mamas teve início?
- · Possui alguma doença diagnosticada ou em tratamento?
- Ocorreu algum sintoma nesse período? — em alguns casos o crescimento é rápido e doloroso, o que pode ser um agravante.
Apesar do exame físico e do histórico médico esclarecerem o quadro, é comum o médico solicitar algumas análises laboratoriais para complementar o diagnóstico. Os principais exames que podem ser solicitados são:
- Exame beta HCG;
- Exame de creatinina;
- Testes de função renal;
- Transaminase hepática (teste de função hepática);
- Exame do hormônio estimulante da tireoide (TSH);
- · Dosagem de FSH, LH, estradiol e testosterona total.
Os exames acima também são requeridos nos casos em que a causa da ginecomastia não é identificada, seja na análise física ou durante a conversa com o médico.
Como tratar a Ginecomastia?
Depois de fazer a análise das causas primárias da
ginecomastia, o médico avaliará a indicação cirúrgica. Em alguns casos, o quadro pode ser resolvido com intervenção medicamentosa, porém, em outros é necessário realizar uma cirurgia. O tratamento cirúrgico é indicado para os pacientes que:
- · Não possuem uma comorbidade com risco de vida;
- · Não obtiveram sucesso com tratamentos alternativos;
- · Não tenham patologias que afetem o processo de cicatrização.
Também é importante que o paciente tenha uma expectativa realista do resultado que obterá com o procedimento cirúrgico. Para isso, é fundamental conversar com o cirurgião plástico responsável pelo procedimento para que ele esclareça o que pode ser alcançado em cada caso.
A técnica cirúrgica adotada dependerá do quadro do paciente. Na maioria dos casos é utilizada a mamoplastia redutora para diminuir o tamanho das glândulas mamárias e melhorar o contorno do tórax.
Quando o quadro acontece devido ao excesso de tecido adiposo a conduta médica adotada é a realização da lipoaspiração. Com esse procedimento é possível retirar o excesso de gordura e remover o tecido fibroglandular com uma pequena incisão periareolar.
A cirurgia para correção da ginecomastia não requer uma internação hospitalar prolongada. Apesar disso, o paciente deve estar preparado para dar sequência aos cuidados pós-cirúrgicos conforme a orientação médica.
Quanto às cicatrizes, os cirurgiões costumam optar pela técnica em formato de U na borda inferior da aréola. Dessa forma, a cicatriz se mistura com a pele e adquire uma aparência mais discreta. Se for necessário somente uma lipoaspiração, a incisão será bem menor (1 cm).
A ginecomastia pode afetar a vida do paciente de diversas maneiras. Por conta do desconforto causado pela condição, muitos homens deixam de ir à praia ou de participar de eventos sociais para não deixar a região mamária em evidência. Para que o impacto na autoestima não seja piorado com o tempo, é essencial buscar o auxílio de um médico para descobrir quais são as causas e qual é a melhor abordagem terapêutica. Caso queira saber mais sobre o assunto, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Alexandre Senra.
Fontes:
Clínica de Cirurgia Plástica Dr. Alexandre Senra;
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS);
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM);
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP);
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP);
Autor: Dr. Alexandre Senra (CRM/SP 95678)
O cirurgião plástico Dr. Alexandre Senra se formou em Medicina no ano de 1991 na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, em Belo Horizonte, tendo feito sua especialização obrigatória para ser cirurgião plástico. Possui Título de Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), referendado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM).
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